8 de nov. de 2007

Num último olhar guardado

Não começou faz quatro minutos
esse espetáculo que logo em breve,
não caberá mais nesse mundo.
Não derramará mais segundos,
Não se fará com o ritmo de surdos.

O momento é tão vasto, e lá fora
parece ampliar tudo,
o meu olho. O sol em instante último,
colore o céu,
(Este, semi-coberto de um taciturno manto
noturno)

Aproxima-se a noite, engolindo do dia
seus restos jogados. Isso me é tão palpável
quanto Roberto Piva, alucinado num beco
em São Paulo,
tocando a harpa dos anjos.

Eis que Num banco, sentado varado de luz,
homens jogando carteado,
absorvo o tom fugidio
da vida.
Num último olhar guardado.

Nenhum comentário: